Em seu primeiro discurso, o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, abordou as dificuldades que o país enfrenta diante da crise econômica mundial e chamou os americanos à responsabilidade para enfrentá-la. Falando por pouco menos de 20 minutos, Obama pediu um novo papel do país no mundo e também fez um apelo pelos valores fundamentais do país para iniciar um novo capítulo da história americana.
Diante de cerca de 2 milhões de pessoas que enfrentaram temperaturas negativas para acompanhar a posse no Mall, parque situado em frente ao Capitólio, em Washington, Obama lançou uma mensagem de esperança. "Neste dia, proclamo o fim das queixas mesquinhas e das falsas promessas, das recriminações e dos dogmas desgastados que durante tanto tempo estrangularam nossa política", disse.
Para essa "nova era de responsabilidade", a qual seria baseada na cooperação e no diálogo, o novo presidente fez um apelo pelos valores fundamentais dos Estados Unidos e citou heróis de guerra. "A partir de hoje, devemos nos levantar, sacudir a poeira e começar de novo a tarefa de reconstruir os EUA, porque, para onde quer que olhemos, ainda há trabalho a fazer", disse Obama, sendo muito ovacionado pela multidão.
Bordão de Lula
Obama - ao citar que estava escolhendo a "esperança no lugar do medo" - usou as mesmas palavras usadas por Lula durante a campanha presidencial. "Hoje eu digo a vocês que os desafios que enfrentamos são reais. Eles são sérios e são muitos. Eles não serão fáceis de enfrentar, mas nós os enfrentaremos. Neste dia, estamos reunidos porque escolhemos a esperança, e não o medo, a unidade no lugar do conflito e da discórdia.
Emocionado, Obama reconheceu o momento histórico de sua posse, "um momento que definirá esta geração", e lembrou que há 60 anos seu pai não poderia ter comido em restaurantes de Washington devido à sua raça. "Experimentamos a amargura da guerra civil e a segregação, e emergimos desse capítulo obscuro mais fortes e mais unidos", disse.
Economia
O primeiro negro eleito à Casa Branca também reiterou sua promessa de reativar a economia, "não só mediante a criação de novos empregos, mas também estabelecendo bases para o crescimento". "Nossa economia está muito enfraquecida, como consequência da avareza e da irresponsabilidade de alguns, mas também pelo fracasso coletivo em tomar as decisões difíceis e preparar a nação para uma nova era", afirmou Obama.
Diante desses erros, Obama pediu aos americanos para retomar as "verdades" que fizeram os Estados Unidos a nação que é: o trabalho duro, a honestidade, a coragem, a justiça, a tolerância e o patriotismo. "O que pedem a nós agora é uma nova era de responsabilidade, o reconhecimento, por parte de cada americano, de que temos obrigações para com nós mesmos, com nossa nação e com o mundo", disse Obama.
"Construiremos as estradas e as pontes, as redes elétricas e as linhas digitais que alimentam nosso comércio e nos unem", disse. Ele reconheceu que os desafios enfrentados pelo país são novos, mas não os valores para seguir adiante. "Os desafios são novos, mas o mesmo não ocorre com os valores nos quais devemos confiar para encará-los com sucesso, como o trabalho duro e a honestidade, a coragem e o fair play, a tolerância e a curiosidade".
Iraque e terrorismo
No terreno internacional, o novo presidente americano quis marcar uma mudança em relação à administração de George W. Bush. "A todos os povos e governos que estão nos vendo hoje, desde as maiores capitais ao pequeno povoado onde meu pai nasceu (no Quênia): Saibam que os Estados Unidos são um amigo de cada nação e de cada homem, mulher e criança que busca um futuro de paz e dignidade, e que estamos prontos para ser líderes mais uma vez", afirmou Obama.
Obama lembrou que os Estados Unidos derrotaram o fascismo e o comunismo "com alianças sólidas e convicções duradouras". "Nosso poder só não pode nos proteger, nem nos dá direito de fazer o que quisermos", afirmou. O novo presidente destacou que os desafios atuais exigem que os EUA façam um esforço maior para promover a cooperação e o entendimento entre as nações, sobre ameaça nuclear e o aquecimento global.
"Aos que se apegam ao poder através da corrupção e do engano e silenciando a dissensão, saibam que estão do lado errado da história, mas que estenderemos a mão se estiverem dispostos a abrir o punho", disse Obama, em referência aos regimes autoritários do Oriente Médio. Além disso, o novo presidente reafirmou a crença no império da lei e dos direitos humanos, e disse rejeitar "como falsa, a escolha entre nossa segurança e nossos ideais".
Ele também prometeu retirar as forças americanas do Iraque de forma responsável e avançar com a paz no Afeganistão, além de encontrar uma nova maneira de amplar as relações com os muçulmanos. Mas Obama também alertou àqueles que empreendem o terrorismo no mundo que a determinação dos Estados Unidos continua forte. "Dizemos a vocês agora que o nosso espírito é forte e não pode ser quebrado. Vocês não podem nos derrubar e nós vamos derrotá-los".
Juramento
Um pouco antes do discurso, ao fazer o juramento, o democrata, emocionado, teve problemas para repetir as frases. Logo após terminar, a multidão reunida no Mall, o parque situado em frente ao Capitólio em Washington, explodiu em aplausos e gritos de "Obama, Obama". O juramento de Obama aconteceu minutos após o previsto - 12h (15h de Brasília) -, pois a cerimônia sofreu um pesqueno atraso.
Em função isso, tecnicamente, ele se transformou em presidente dos Estados Unidos pouco antes de tomar posse, pois a Constituição afirma que a transferência de poderes ocorre ao meio-dia de 20 de janeiro. Com um sol radiante, mas um frio intenso, Obama jurou sobre a mesma Bíblia usada por Abraham Lincoln em 1861. A seu lado, a mulher Michelle observava o momento emocionada, assim como suas filhas Sasha e Malia.
Ao tomar posse, Obama pronunciou a seguinte frase: "Juro solenemente desempenhar com toda fidelidade o cargo de presidente dos Estados Unidos e, até o limite da minha capacidade, preservar e proteger a Constituição dos Estados Unidos". O juramento foi feito diante do presidente da Corte Suprema dos EUA, John Roberts. Momentos antes tinha sido a vez de o vice-presidente Joseph Biden fazer seu juramento, perante o juiz do Tribunal Supremo John Paul Stevens.
Na tribuna presidencial do Capitólio estavam os ex-presidentes dos EUA vivos: George W. Bush, Bill Clinton, George H. W. Bush - pai do ex-líder - e Jimmy Carter. Todos eles estiveram acompanhados por suas mulheres. Antes de Obama, entraram na tribuna presidencial Michelle, usando um vestido e casaco amarelos, Malia, com um casal azul, e Sasha, de rosa.
Com agências internacionais
Redação Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3460690-EI12934,00-No+primeiro+discurso+Obama+pede+responsabilidade+diante+da+crise.html
Sai um dos presidentes mais impopulares dos EUA (mas o mais divertido, é preciso reconhecer) e entra um dos mais esperados. Obama usa Macbook, iPhone e BlackBerry. Tem Facebook e Twitter, fala com a família pelo iChat. Sua campanha eleitoral já é considerada a mais brilhante da história do país. Usou massivamente a internet para trazer os jovens americanos para o seu lado, além de tê-la utilizado ainda como meio de captação de recursos entre os próprios eleitores, já que (ao menos é o que afirma), recusou verbas de instituições privadas. Mas onde vai dar tudo isso? Como Obama vai se virar nesse vespeiro em que acaba de entrar? Me perguntando, acabei escrevendo em meu blog sobre essa questão. Quem quiser dar uma passada por lá, fica o endereço:
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http://depoisdocarnaval.wordpress.com/
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Abraço,
André Timm