Brasileiro em Gaza diz : situação está chegando ao limite
De acordo com o brasileiro que vive na Faixa de Gaza Omar El Jamal, a situação está piorando a cada dia, desde que Israel começou os ataques na região que já deixaram mais de 500 mortos. Omar conta que apesar da incursão israelense por terra, o maior medo é relativo aos ataques aéreos."Israel tem que abrir as fronteiras, porque a situação está chegando ao limite", disse.
Omar conta que já não há luz, nem água e que a comida está acabando nos mercadinhos, os únicos estabelecimentos abertos desde o início do conflito.
"Cada dia fica pior, ontem à noite não consegui dormir, eles (soldados israelenses) estão tentando invadir pela terra, mas a tensão maior é com relação aos ataques aéreos. As bombas caem 24h por dia e matam muitos civis. A gente nunca sabe onde vão cair", disse Omar.
Ele conta que está sem luz desde domingo e que a população está se mobilizando para ajudar quem passa por mais dificuldade. "As pessoas estão dividindo água e comida com quem não tem", disse ele, ao relatar que um vizinho morreu ontem em um hospital.
"Israel está atacando alvos civis, até as ambulâncias estão virando alvo. Antes dos ataques, os hospitais já estavam operando com a capacidade limitada, agora, os feridos estão sendo atendidos do lado de fora", disse.
Reflexo nos ânimosSegundo Omar, os ataques estão incitando mais ódio entre a população. "Antes, ouvíamos as pessoas falando que não queriam que os conflitos continuassem. Agora, a população está revoltada com Israel. As crianças que conviveram com a última intifada nos anos 1980, hoje, participam da guerra", disse.
Para ele, que acompanha as notícias por meio do rádio (como a maioria das pessoas em Gaza), a população israelense não quer mais a guerra, porque sabe que a haverá retaliações no futuro. "Israel tem um dos exércitos mais poderosos do mundo e o Hamas contra ataca com mísseis de fabricação caseira". Ele diz que a tática israelense é de provocar ojeriza da população contra o Hamas por meio dos ataques "não está funcionando".
Quando perguntado sobre qual a sua impressão do povo palestino em tempos de guerra, Omar disse que "apesar das mulheres e crianças ficarem com medo, os palestinos não se afetam com a situação de guerra porque já passaram por isso".
Redação Terra fonte - http://noticias.terra.com.br/mundo/interna
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