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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Entenda como a crise afeta cada país do G20

Membros do G20 Membros do G7 Nomes dos países


Como cada país vai chega à reunião de cúpula do G20 em Londres, marcada para abril.

Argentina | Austrália | Brasil | Canadá | China | França | Alemanha | Índia | Indonésia | Itália | Japão | México | Rússia


Arábia Saudita | África do Sul | Coreia do Sul | Turquia | Grã-Bretanha | Estados Unidos | União Europeia

ARGENTINA

Cristina Kirchner assumiu a Presidência em dezembro de 2007
A Argentina, uma das maiores economias da América do Sul, já enfrentava dificuldades econômicas mesmo antes do agravamento da crise financeira global.

Uma política de expansão entre 2002 e 2007 acabou provocando um superaquecimento da economia e alimentando a inflação. Ao mesmo tempo, a arrecadação de impostos diminuiu porque os produtos agrícolas exportados estavam alcançando preços mais baixos no mercado internacional. O governo respondeu à diminuição da arrecadação fiscal com o aumento dos impostos sobre a exportação - uma iniciativa que provocou uma onda de protestos de líderes rurais.

A presidente Cristina Kirchner, que tomou posse em dezembro de 2007, estatizou o sistema de previdência privada em novembro de 2008 para ajudar a cobrir o rombo nas finanças do governo.

Companhias privatizadas anteriormente também voltaram para o controle do Estado, como a companhia aérea Aerolineas Argentinas.


AUSTRÁLIA
A Austrália passou por um longo período de crescimento econômico estável desde sua última recessão, em 1991, beneficiando-se da expansão dos mercados da China e da Índia para suas matérias-primas. Mas sua economia, baseada em matérias-primas, vem enfrentando dificuldades desde que a crise financeira global se intensificou, em meados de 2008.


O premiê Kevin Rudd conta com altos índices de popularidade
As mineradoras australianas estão reduzindo investimentos, o número de funcionários, e arquivando projetos.

O governo do primeiro-ministro Kevin Rudd anunciou recentemente um pacote econômico de US$ 26,5 bilhões para estimular a economia, na tentativa de poupar o país da crise global.

Rudd ainda conta com um índice de popularidade alto pela forma como está lidando com a economia.


BRASIL
A maior economia da América Latina também é o maior exportador de produtos que vão de carne bovina e frango a suco de laranja e café. Mas a economia brasileira foi atingida pela queda drástica dos preços das commodities causada pela redução da demanda internacional. O real e as bolsas de valores sofreram com o desaquecimento da economia global, depois que investidores estrangeiros retiraram recursos que tinham no Brasil para cobrir prejuízos em seus países de origem.


Lula advertiu várias vezes contra a adoção de protecionismo
Durante a crise foi realizada uma fusão de dois bancos grandes - Itaú e Unibanco - e analistas acreditam que pode haver mais consolidações do tipo no setor.

o governo brasileiro criticou recentemente a cláusula de "Buy American" do pacote de estímulo econômico de US$ 787 bilhões do presidente Barack Obama. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os Estados Unidos e outros países desenvolvidos não devem recorrer ao protecionismo para enfrentar a crise.

CANADÁ
Graças ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), a saúde econômica do Canadá está intimamente ligada à dos Estados Unidos, para onde vão 75% dos produtos que exporta.


O governo de Stephen Harper aprovou um pacote de estímulo em fevereiro.
A debilitada indústria automobilística, por exemplo, tem apresentado problemas tanto para Ottawa quanto para Washington. Como resultado disso, o Canadá copiou várias táticas do governo dos Estados Unidos para lidar com a crise, como reduzir as taxas de juros e formular pacotes de estímulo. Nenhum dos dois países obteve muito sucesso até agora.

Mas o setor bancário e o mercado imobiliário estão em melhor estado no Canadá do que nos Estados Unidos, com um número muito menor de hipotecas de alto risco (subprime).

Em fevereiro, o Parlamento do Canadá aprovou um pacote de estímulo econômico no valor de US$ 32 bilhões.

A votação do pacote, contudo, causou uma crise política para o governo conservador, pois os partidos de oposição disseram que as medidas originais de estímulo eram insuficientes.

O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, acabou suspendendo o Parlamento por seis semanas para que o governo pudesse revisar os planos.



CHINA
A desaceleração da economia global não impediu que a China assumisse a posição de 3ª maior economia do mundo, que vinha sendo ocupada pela Alemanha. Mas o país foi afetado tanto a nível interno quanto externo.


O premiê Wen Jiabao diz que a crise pode criar novas oportunidades
As exportações chinesas foram duramente atingidas pela redução da demanda e milhões de imigrantes da zona rural acabaram tendo que voltar para seus vilarejos com o fechamento das fábricas que lhes ofereciam emprego.

O ministro do Comércio, Chen Deming, advertiu que a situação pode causar distúrbios sociais. Ao mesmo tempo, a diminuição da demanda da China por matérias-primas teve um impacto sobre as exportações de outros países. Isso acabou com a esperança de que mercados emergentes importantes poderiam contrabalançar a desaceleração da economia dos países desenvolvidos.

O primeiro-ministro Wen Jiabao disse recentemente que embora algumas empresas estejam fechando estão surgindo oportunidades para o desenvolvimento de novas companhias.


FRANÇA
Ao contrário da maioria dos outros países do G20, a França já viveu distúrbios sociais em consequência da crise econômica global.

Em janeiro, milhões de trabalhadores franceses tanto do setor público quanto do privado fizeram greve em protesto contra a forma como o governo estava lidando com a crise.


A ajuda prometida por Sarkozy à indústria automotiva irritou outros governos
Deste então, as autoridades anunciaram um plano de US$ 33,1 bilhões para revitalizar a economia.

A França não entrou oficialmente em recessão, mas há expectativa de que isso aconteça em 2009. O déficite comercial atingiu um recorde de US$ 71,4 bilhões em 2008.

O presidente Nicolas Sarkozy ganhou alguma popularidade entre os franceses por seus planos para oferecer apoio financeiro à indústria nacional, principalmente ao setor automotivo. Mas a iniciativa irritou outros governos europeus, que acusaram Sarkozy de protecionismo.


ALEMANHA

Angela Merkel: 'A Alemanha sairá da crise mais forte'
A economia da Alemanha, que responde por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, deve ter um ano difícil. O governo prevê que a economia vai encolher até 2,25% em 2009, no que seria o seu pior desempenho no período pós-2ª Guerra Mundial.

A notícia chocou muitos alemães, que se orgulham de sua responsabilidade fiscal. Eles acreditam que se comparam favoravelmente a britânicos e americanos, que são vistos como esbanjadores altamente endividados.

Mas a economia alemã é impulsionada pelas exportações e vinha se apoiando na demanda de outros países por seus produtos - uma demanda que desapareceu em função da crise.

Em fevereiro, o país aprovou um pacote de estímulo à economia no valor de US$ 63 bilhões, e a chanceler Angela Merkel disse que a Alemanha vai sair da crise econômica mais forte do que antes.

"Nós operamos partindo do princípio de que a Alemanha é forte e, portanto, pode lidar com esta situação econômica difícil", afirmou.


ÍNDIA
Sem dúvida, a economia da Índia foi afetada pela crise global. Dados oficiais mais recentes mostraram que sua economia cresceu menos do que o esperado no último trimestre de 2008.


O premiê Manmohan Singh enfrenta eleições gerais em abril
O Produto Interno Bruto (PIB) do país aumentou em 5,3% entre outubro e dezembro, em comparação ao índice de 7,6% registrado no trimestre anterior e 8,9% no mesmo período do ano anterior.

A agricultura, que responde por cerca de 20% da economia, foi um dos setores que tiveram o crescimento reduzido. Indústrias como o grupo Tata foram muito afetadas pela retração do crédito no mercado internacional e pela diminuição geral de gastos no âmbito global.

O governo do primeiro-ministro Manmohan Singh agora enfrenta eleições gerais, que começam em 16 de abril.

Singh espera que a promessa de perdão de dívidas no setor agrícola e um esquema para garantir empregos na zona rural contribuam para que ele consiga um segundo mandato.

INDONÉSIA

Yudhoyono enfrenta eleições presidenciais em julho
A globalização beneficiou muito a economia da Indonésia nos últimos anos. Com a grande expansão do setor manufatureiro para empresas multinacionais, a economia do país cresceu 6,1% em 2008.

Mas as empresas do Ocidente reduziram sua produção no final do ano e as exportações da Indonésia tiveram uma queda drástica no último trimestre de 2008. Para ajudar a levantar a economia, o governo do presidente Susilo Bambang Yudhoyono aprovou um pacote de estímulo fiscal no valor de US$ 6 bilhões. Mas, com uma dívida externa estimada em US$ 151,7 bilhões, o governo tem suas próprias preocupações financeiras.

Críticos do governo da Indonésia dizem também que o presidente não está fazendo o suficiente para combater a corrupção, que continua a afastar potenciais investidores.


ITÁLIA
A economia italiana, a 3ª maior da zona do euro, foi uma das primeiras em recessão. Ela encolheu durante três trimestres consecutivos. Nos últimos três meses de 2008, a retração foi de 1,8% - uma porcentagem até maior do que a registrada no segundo trimestre do ano, de 0,4%, e no terceiro trimestre, de 0,5%.


O governo de Silvio Berlusconi foi um dos primeiros a responder à crise
O país foi também um dos primeiros a aprovar um programa de estímulo à economia. Em novembro, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi aprovou um pacote de emergência de US$ 102 bilhões, que incluiu redução de impostos para as famílias mais pobres e projetos de obras públicas.

A Itália tem a 3ª maior dívida pública do mundo, e ela deve chegar a 110% do PIB este ano.


JAPÃO
O próprio governo do Japão admite que o país enfrenta sua pior crise econômica desde o fim da 2ª Guerra Mundial.

O desaquecimento da 2ª maior economia do mundo é mais acentuado do que o vivido nos Estados Unidos e na Europa, especialmente por causa da redução da demanda global por seus produtos - especialmente equipamentos eletrônicos e automóveis.


A impopularidade do premiê Taro Aso prejudica a aprovação de medidas
Os consumidores também estão deixando de gastar, alarmados com o aumento do desemprego. A economia contraiu 3,3% no último trimestre de 2008 - o pior desempenho desde a crise do petróleo na década de 70.

Além disso, em janeiro as exportações japonesas despencaram 45,7%, atingindo o nível mais baixo dos últimos dez anos.

O primeiro-ministro Taro Aso está tentando ver aprovado um pacote de estímulo à economia, mas analistas dizem que os esforços estão sendo prejudicados pela crescente impopularidade que ele vem sofrendo dentro de seu próprio partido, PLD (Partido Liberal Democrático).


MÉXICO
A economia mexicana está tão ligada à dos Estados Unidos que quando Wall Street espirra as empresas mexicanas podem acabar internadas na unidade de terapia intensiva.

O México exporta 85% de seus produtos para o vizinho americano por causa do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). Com isso, a economia mexicana fica à mercê da demanda dos Estados Unidos.



Felipe Calderón enfrentou manifestações contra sua política econômica
O país também se beneficia das remessas de dólares de trabalhadores que imigraram para os Estados Unidos, mas esses recursos diminuíram pela primeira vez desde que começaram a ser registrados, em 1995.

Em janeiro, milhares de pessoas participaram de um ato público na Cidade do México para protestar contra a política econômica do governo do presidente Felipe Calderón.


RÚSSIA
A economia da Rússia está sofrendo os efeitos de uma queda drástica no preço do petróleo no mercado internacional.

O orçamento de 2009 deve apresentar deficite e analistas acreditam que o país está caminhando para a sua primeira recessão desde 1998.


Muitos acreditam que Medvedev não tem a palavra final no governo
O mercado de ações da Rússia registrou uma queda acentuada nos últimos meses e o banco central do país gastou bilhões de dólares para tentar dar sustentação ao rublo.

Já ocorreram distúrbios em Vladivostok, e a crise financeira reduziu a fortuna combinada dos dez russos mais ricos em 66% - o montante agora é de US$ 75,9 bilhões, de acordo com a revista especializada em negócios, Finans.

A percepção de que empresas estatais intimidam firmas estrangeiras para que elas cedam o controle de seus investimentos está desencorajando a entrada de capital externo na Rússia.

Há ainda um clima de cinismo generalizado em relação ao governo na Rússia. Muitos se perguntam se quem controla de fato o país - se é o presidente Dmitry Medvedev ou o primeiro-ministro e ex-presidente Vladimir Putin.


ARÁBIA SAUDITA

A Arábia Saudita é os único dos integrantes do G20 que também pertence à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), depois que a Indonésia se retirou do cartel no final de 2008.


O rei Abdullah substituiu o presidente do banco central saudita
A crise econômica global teve como consequência uma redução na demanda por energia, levando a uma queda, também, do preço do petróleo no mercado internacional, apesar das tentativas da Opep de diminuir a produção.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê agora que a Arábia Saudita e seus vizinhos terão déficites fiscais de até 3,1% do PIB em 2009 - uma queda acentuada em relação a um superávite de 22,8% do PIB em 2008.

O rei Abdullah substitui recentemente o presidente do banco central saudita em uma rara mudança na equipe de governo.


ÁFRICA DO SUL

A África do Sul possui a maior economia da África e é o único país do continente que integra o G20.

O país já foi atingido pela recessão global e, no último trimestre de 2008, a economia sul-africana encolheu pela primeira vez em dez anos. Entre outubro e dezembro a contração foi de 1,8% em relação ao trimestre anterior.

Assim como o Brasil, a África do Sul teme que a crise leve as nações ricas a aumentarem o protecionismo. Isso dificultaria ainda mais a entrada dos países em desenvolvimento em mercados importantes.


Kgalema Motlanthe fica na Presidência até as eleições de abril
O governo do presidente Kgalema Motlanthe, do Congresso Nacional Africano, continua a enfrentar os difíceis desafios de reduzir a pobreza e a criminalidade no país.

A África do Sul realiza eleições no dia 22 de abril.

COREIA DO SUL
Os governos da Coreia do Sul e dos países vizinhos temem que o desaquecimento da economia global possa levar a uma repetição da crise asiática de 1997-98.


Lee Myung-bak anunciou um pacote de estímulo no valor de US$ 10,9 bi
A economia sul-coreana encolheu 3,4% no último trimestre de 2008, em comparação ao ano anterior, e o presidente Lee Myung-bak advertiu que o país enfrenta uma "emergência econômica".

Em resposta a isso, o governo anunciou um pacote de estímulo no valor de US$ 10,9 bilhões, que inclui obras públicas e redução de impostos para encorajar o consumo.

Ao mesmo tempo, as taxas de juros baixaram, atingindo níveis recordes.

TURQUIA
Ao mesmo tempo em que tenta retomar seus esforços para entrar na União Europeia, a Turquia vem tentando usar sua resposta à crise como evidência de que sua política é de um país desenvolvido, e não de um mercado emergente.

Nos últimos três meses, o banco central turco reduziu as taxas de juros em 3,75%, embora a 13%, elas continuem altas para os padrões mundiais.


Erdogan quer reduzir a taxa de desemprego, hoje em 12%
A lira turca teve uma desvalorização de 25% frente ao dólar em 2008, e a produção industrial caiu 19% em dezembro. O país suspendeu conversações com o FMI em janeiro por divergências sobre os termos para a concessão de um empréstimo.

O governo do primeiro-ministro Tayyip Erdogan também está tentando reduzir o índice de desemprego, hoje em 12%.

GRÃ-BRETANHA
O FMI espera que a economia britânica encolha até 2,8% em 2009 - o pior índice entre as nações desenvolvidas.


Gordon Brown vem buscando uma ação coordenada global contra a crise
O Banco da Inglaterra reduziu a taxa de juros para 0,5% em uma tentativa de ajudar a economia britânica a sair da recessão. O desemprego atinge 1,97 milhões de pessoas - é o mais alto desde 1997.

Problemas no setor bancário levaram o governo a intervir em algumas das maiores instituições financeiras do país, como o Royal Bank of Scotland, em que o Estado tem participação hoje de 68%.


ESTADOS UNIDOS
Os problemas que englobam hoje as economias em várias partes do mundo começaram nos Estados Unidos, com crise de inadimplência no mercado de hipotecas de alto risco no país. As hipotecas foram inseridas em produtos financeiros vendidos a diversas instituições financeiras e acabaram se revelando ativos tóxicos.


Apesar das medidas de Obama, a situação econômica dos EUA piora
O Federal Reserve (o banco central americano) teve que reduzir a taxa de juros para quase zero para tentar restaurar a normalidade dos mercados de crédito, atingidos por uma crise de confiança. O novo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, anunciou uma parceria com o setor privado para comprar os ativos tóxicos, numa tentativa de tirá-los dos balanços dos bancos.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aprovou um pacote de estímulo à economia no valor de US$ 787 bilhões, mas o quadro está cada vez mais sombrio e o desemprego é o mais alto desde 1992.


UNIÃO EUROPEIA
Dezesseis dos 27 países-membros da União Europeia adotaram uma moeda única - o euro. O desempenho de cada economia varia bastante mas a zona do euro como um todo está em recessão desde setembro de 2008, e a previsão é de que ela encolha 1,9% em 2009.

O desemprego na zona do euro deve passar de 7,5% em 2008 para mais de 10% em 2010. A taxa de área está em 2% - a mais baixa desde dezembro de 2005. O país da União Europeia com pior desempenho econômico é a Letônia, que não pertence à zona do euro. O PIB letão pode ter uma redução de 10% este ano.

fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090304_g20_mapagd.shtml

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