Países ricos, países pobres Diz-se que na reunião das Nações Unidas em Monterrey (México) sobre o financiamento ao desenvolvimento a pergunta mais pertinente foi: "o que devem os países ricos fazer pelos países pobres?" Jeffrey Sachs, professor na Universidade de Harvard e conselheiro especial do Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, criticou violentamente o Japão por este se mostrar relutante em aumentar a sua "ajuda" ao desenvolvimento. O Japão destina actualmente 0,28% do seu PIB à ajuda pública ao desenvolvimento, enquanto os EUA ocupam o último lugar da lista com uns modestos 0,10% do PIB. Apesar destas insignificâncias - mais insignificantes quando comparadas com as contrapartidas exigidas a quem recebe a ajuda - a verdade é que a reunião deu para justificar muita discussão e tempo de trabalho, e salário, a centenas de políticos e especialistas em ajuda aos pobres. Como se sabe as "ajudas" dos países ricos aos países pobres são acompanhadas de fortes condicionalismos. O Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) ditam as políticas que os países pobres devem por em prática. As "ajudas" são acompanhadas de condições várias desde a obrigatoriedade de o pobre comprar e vender ao rico que ajuda, passando pela cedência de recursos naturais, ou bases militares, até ao tipo de política e de investimento interno que o país pobre deve praticar. Os países doadores são os principais vendedores de armamento e as suas ajudas determinam preferências de compra de produtos da indústria armamentista. São também os países ricos quem controla, a nível mundial, os preços dos produtos vendidos pelos países pobres e deste modo fazem a drenagem desses produtos para os seus países. Os países devedores pagam seis dólares por cada dólar que recebem de empréstimo... Os especialistas perguntam: "o que devem os países ricos fazer pelos países pobres?" A mim, a resposta parece-me simples: deixem de roubá-los. http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=1772
Países ricos, países pobres
ResponderExcluirDiz-se que na reunião das Nações Unidas em Monterrey (México) sobre o financiamento ao desenvolvimento a pergunta mais pertinente foi: "o que devem os países ricos fazer pelos países pobres?"
Jeffrey Sachs, professor na Universidade de Harvard e conselheiro especial do Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, criticou violentamente o Japão por este se mostrar relutante em aumentar a sua "ajuda" ao desenvolvimento. O Japão destina actualmente 0,28% do seu PIB à ajuda pública ao desenvolvimento, enquanto os EUA ocupam o último lugar da lista com uns modestos 0,10% do PIB. Apesar destas insignificâncias - mais insignificantes quando comparadas com as contrapartidas exigidas a quem recebe a ajuda - a verdade é que a reunião deu para justificar muita discussão e tempo de trabalho, e salário, a centenas de políticos e especialistas em ajuda aos pobres.
Como se sabe as "ajudas" dos países ricos aos países pobres são acompanhadas de fortes condicionalismos. O Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) ditam as políticas que os países pobres devem por em prática. As "ajudas" são acompanhadas de condições várias desde a obrigatoriedade de o pobre comprar e vender ao rico que ajuda, passando pela cedência de recursos naturais, ou bases militares, até ao tipo de política e de investimento interno que o país pobre deve praticar.
Os países doadores são os principais vendedores de armamento e as suas ajudas determinam preferências de compra de produtos da indústria armamentista. São também os países ricos quem controla, a nível mundial, os preços dos produtos vendidos pelos países pobres e deste modo fazem a drenagem desses produtos para os seus países.
Os países devedores pagam seis dólares por cada dólar que recebem de empréstimo...
Os especialistas perguntam: "o que devem os países ricos fazer pelos países pobres?" A mim, a resposta parece-me simples: deixem de roubá-los.
http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=1772