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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Desmatamento na Amazônia gera falso aumento no IDH

Estudo desenvolvido na Amazônia pela pesquisadora Ana Rodrigues, do Centre d’Ecologie Fonctionnelle et Evolutive (CNRS), da França, e por colegas do Imperial College London, da University of East Anglia, e do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia Imazon) mostra que, embora o desmatamento de áreas de floresta traga um aumento imediato dos índices de desenvolvimento humano (IDH) das pessoas locais, esta melhora é transitória e não se mantém com o passar dos anos.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores avaliaram e compararam os índices de IDH, obtidos a partir do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil de 2000, de 286 municípios em estágios distintos de desmatamento.


Os autores lembram, no artigo publicado no mês de junho na Science, que o IDH leva em conta a média de três subíndices: expectativa de vida, educação e padrão de vida (com base na renda per capita).

De acordo com os pesquisadores, os dados sugerem que, em áreas onde há desmatamento em fase inicial, a expectativa de vida, a educação e o padrão de vida da população melhoram mais rapidamente do que a média nacional nos municípios. Porém, com o avanço das taxas de desmatamento, os valores de IDH pré e pós-fronteira de desmatamento mostram-se igualmente baixos.

Os autores destacam que não existe uma solução única para o problema. Porém, sugerem uma combinação de medidas que deveriam envolver um melhor suporte de áreas que já foram desmatadas, restringindo ainda mais o desmatamento e promovendo o reflorestamento em áreas degradadas. Além disso, citam a necessidade de uma política de incentivo direto à subsistência de colheita sustentável de madeira e produtos florestais, dentro e além de concessões florestais e ainda de políticas de alfabetização, de saúde, segurança e propriedade da terra.

por Liana Melo

http://oglobo.globo.com/blogs/blogverde/posts/2009/08/04/desmatamento-da-amazonia-gera-falso-aumento-de-idh-211124.asp

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