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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Choque de civilizações uma guerra ideologica

Neste texto Huntington defende que existe uma guerra ideológica entre as nações e separa o mundo em blocos culturais.
Segue o nosso texto:

O texto “O choque das civilizações”, de Samuel P. Huntington define o que é civilização e modernidade. Mas na visão do autor nem todas as nações do mundo podem se apropriar destas nomenclaturas.

Segundo Huntington, o mundo é dividido em 8 civilizações: Sínica, Japonesa, Hindu, Islâmica, Ortodoxa, Ocidental, Africana e Latino-America. Esta, que diz respeito ao Brasil, é considerada por Huntington uma civilização separada da civilização ocidental.
E apenas o Ocidente – composto basicamente de EUA, Europa e Austrália pode ser considerado civilizado. Mas então, como definir a América Latina, e, em especial, o Brasil? Já que ela não pode ser inserida na civilização ocidental do autor.

Como já vimos, para Huntington, a América Latina, inclusive o Brasil, faz parte da sub-civilização. É um “ramo desgarrado do Ocidente”.

O autor aponta vários argumentos para esta afirmação. Características típicas dos países ricos ocidentais. Podemos listar alguns:

São donos e operadores do sistema bancário internacional;

Controlam as moedas fortes

São os principais clientes do mundo;

Exercem considerável liderança moral dentro de muitas sociedades;

Possuem poderio militar maciço;


Controlam o ensino técnico de ponta;

E por conseqüência de tais características, o conceito de modernidade não se encaixa em países sub-civilizados como o Brasil.

Ser moderno, para Huntington, é atingir tais características e não apenas isto, mas sim ter um legado, uma herança como bagagem que de certa forma legitima a posição que mantém hoje. Como por exemplo, a cultura Greco-Romana; o Cristianismo, sobretudo a ética e cultura protestante, o pluralismo social e o individualismo, etc.

Tendo em vista os diversos argumentos do autor, chegamos à conclusão de que é possível concordar com sua tese.

O Brasil é taxado por ele como civilização separada. Desta forma Huntington acredita que o país detém pouca ou nenhuma aspiração, seja econômica ou social de vanguarda, não pode ser considerado civilizado, moderno ou mesmo parte do bloco ocidental.

Vendo a civilização de forma analítica, ele especifica a ocidental como aquela que tem interesses substanciais em todas as civilizações alheias, já que o Ocidente possui diversas características que atestam sua hegemonia.

E o Brasil não se encaixa na maioria dessas condições.

Vimos acima algumas das características que Huntington define como necessárias para um país ser moderno ou civilizado. Vemos então que o Brasil não possui várias, como por exemplo, operar bancos internacionalmente, ser um dos principais clientes do mundo, ser capaz de intervenção militar consistente, dominar a tecnologia de ponta, ter uma industria aeroespacial e controlar as moedas fortes.

O Brasil caminha a passos curtos, mas ainda não está realmente inserido como um país ocidental pleno. A modernidade avança, mas ainda é preciso muito.

Uma outra reflexão a fazer sobre o porquê certos países, como o Brasil, não se encaixam no padrão do Ocidente é justamente a falta de interesse do Ocidente de que isto aconteça. Logicamente, já que a concorrência não é bem vista por ninguém. Uma vez que os países sub-civilizados ou pouco modernizados começarem a emergir, os que já detêm o poder estarão em situação de alerta, pois os dependentes se tornarão iguais.

Sendo assim e fazendo uma análise fria e consciente do país, vemos que realmente o Brasil ainda não é moderno.
Nós, de regiões mais abastadas e desenvolvidas, vemos nossos compatriotas pobres e atrasados de outras regiões, com certo preconceito. O mesmo preconceito, aliás, que os nossos “irmãos ocidentais” têm por nós, latinos em geral.

Outra característica triste do Brasil, que evidencia a sua imaturidade na modernidade é o desrespeito às normas, inclusive jurídicas, a má distribuição de renda, a cultura da corrupção que parece enraizada nos setores públicos e as mudanças constantes de regimes. Afinal, em menos de cem anos o Brasil sofreu dois golpes de Estado.

Além disto, na questão econômica, vemos uma administração falha por parte do governo e uma cultura ainda não muito forte sobre a questão da propriedade privada.

Mas apesar de todos os pontos negativos do Brasil, ainda é possível haver esperança.
Podemos ver algumas melhoras como a notoriedade internacional que o Brasil tem ganhado por conta do seu petróleo, a descoberta de novas bacias e a probabilidade de que brevemente outros países, inclusive os do Ocidente precisarão do Brasil para ter deste recurso não renovável.

Também existe a questão da Amazônia. Numa época de extrema preocupação com o futuro do planeta – onde habitam os ocidentais, os africanos, os japoneses, etc. – o Brasil está mais visível e, aliás, muitos querem administrar a preciosidade natural que nos foi divinamente agraciada e que deve ser mantida e preservada.

E podemos também pontuar as relações do Brasil com o FMI. Nos atuais tempos de crise, o país tem “dado bons exemplos” de como administrar um grande país com extremo potencial, enquanto as nações do badalado Ocidente tentam se estabilizar.

http://aline-d.blogspot.com/2009/05/uma-analise-parcial-de-o-choque-das.html

Análise que meu grupo e eu fizemos sobre o ensaio de Samuel P. Huntington "O Choque das Civilizações".

Um comentário:

  1. Muito bom texto, espero que continue postando textos como estes. Deus te abençõe.
    Parece que te conheço, meu nome é Dalbino

    e - mail: bino.oliveira@ig.com.br

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