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segunda-feira, 23 de março de 2009

Longe do fim

O aumento da expectativa de vida tem levado à questão se estamos próximos do limite máximo para a idade dos seres humanos. Na verdade, todas as tentativas de se estabelecer tais limites foram ultrapassadas rapidamente. Em 1928, Louis Dublin avaliou em 64,75 anos a idade máxima do ser humano. Mas ele não sabia que a Nova Zelândia (desconsiderados os nativos maoris) já tinha ultrapassado essa marca na sua própria época. Em 1990, S. J. Olchansky, B. A. Carnes e C. Cassel, da Universidade de Chicago, afirmaram que a expectativa de vida não deveria ultrapassar os 35 anos para pessoas já com 50 anos (ou seja, pessoas com 50 anos deveriam viver no máximo até os 85, em média). Seis anos depois, essa marca era superada pelas mulheres japonesas.
Isso ajudou os pesquisadores Jim Oeppen, da Universidade de Cambridge (Inglaterra), e James Vaupel, do Instituto Max Planck para Pesquisa Demográfica, na Alemanha, a negar as tentativas de se estabelecer limites para a idade máxima do ser humano e a concluírem que ainda estamos longe do limite do crescimento da expectativa de vida. Além disso, eles apontam, em um artigo publicado na revista Science de 10 de maio, que a expectativa de vida vem crescendo mais ou menos linearmente de 1840 para cá. Se estivéssemos perto do limite, essa linha deveria já ter começado a se curvar, mas não há sinais disso nos dados dos dois cientistas.
Os autores comentam que a crença em "limites iminentes" para a expectativa de vida tende a distorcer as decisões sobre seguros sociais em nível público e privado. "As previsões da expectativa de vida são usadas para determinar futuras pensões, seguros de saúde e outras necessidades sociais", afirmam, no artigo da Science. "Um aumento de uns poucos anos na expectativa de vida pode produzir grandes mudanças no número de idosos e muito idosos, aumentando substancialmente suas necessidades." Segundo os autores, as previsões oficiais acabam dando aos tomadores de decisões motivos para postergar ajustes nos seguros sociais.
Veja : - O mundo envelhecido
- Mortalidade infantil
- Previdência sobrecarregada
- Gráficos
http://www.comciencia.br/reportagens/envelhecimento/texto/env16.htm

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