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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Copenhague:é hora de fazer história

A negociação internacional


Desde o final de 2007, governos de todo o mundo tentam costurar um acordo para enfrentar a crise do clima. O sucesso, ou fracasso, dessas negociações será conhecido em dezembro, na Conferência do Clima que acontecerá em Copenhague, Dinamarca. Essa reunião é talvez a nossa última chance de chegar a um consenso sobre como reduzir emissões de gases-estufa a tempo de evitar um desastre climático no futuro.

Infelizmente, a resistência demonstrada pelos governantes em assumir um papel de liderança não ajuda a acalentar esperanças. Cada um olha apenas para seus próprios interesses, num cabo-de-guerra que não leva a lugar nenhum. De um lado, estão os países industrializados, que não querem perder sua majestade. Do outro, estão os países emergentes (o Brasil nesse meio), que desejam crescer da mesma forma que os industrializados, com um pouco mais de cuidado com o ambiente – mas só um pouco mais. No meio estão as populações mais pobres, que mais sofrerão com o aquecimento global.


Os chefes de Estado ainda têm muito a fazer e precisam trabalhar em conjunto para proteger o planeta que eles, coletivamente, representam.

Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), para escapar dos piores efeitos da mudança climática – o que significa manter a elevação da temperatura média global o mais distante possível de 2°C – as emissões de gases do efeito estufa terão que diminuir entre 50% a 80% até o meio deste século.

O Greenpeace acredita que é preciso fazer bem mais, agindo de forma decisiva nos cinco blocos de temas definidos como centrais nessa negociação. Veja as propostas do Greenpeace para cada um desses temas: visão compartilhada, redução de emissões (ou mitigação), adaptação, financiamento e transferência de tecnologia.

1. Visão compartilhada

Essa é uma linha guia, que irá orientar os esforços de todos os países no enfrentamento das mudanças do clima. Nesse sentido, são discutidos temas como o aumento máximo de temperatura média do planeta, a concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera e a diferença entre os esforços dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento.

A maioria dos países concorda que o aumento máximo da temperatura média da Terra deve ser limitado em 2ºC, em comparação com a temperatura medida antes da Revolução Industrial. Porém, ainda existe muita discussão sobre qual a concentração máxima aceitável de gases-estufa na atmosfera para limitar esse aumento e sobre como garantir que esses limites serão atingidos. Limites bem estabelecidos são importantes pois indicam o nível de ambição dos países e permitem que a sociedade civil exerça pressão sobre o compromisso estabelecido e as ações adotadas.

O Greenpeace defende que o aumento máximo fique bem abaixo do 2ºC e que, com cada ano menos gases-estufa no ar, a temperatura comece a cair o mais rápido o possível. Além disso, o acordo global deve garantir a todos os povos e as culturas o direito à sobrevivência e ao desenvolvimento sustentável.



2. Redução de emissões (mitigação)

Cada país desenvolvido propõe um corte diferente de suas emissões de gases do efeito estufa, que variam entre 5% e 30% até 2020, em comparação com o que emitiam em 1990. Isso, no fundo, representa apenas uma média de 10% a 15% de reduções.

Esses números estão muito abaixo do que a ciência recomenda. Para que o ganho seja real, o Greenpeace pede às nações industrializadas que cortem pelo menos 40% de suas emissões até 2020, usando como base o ano de 1990, e que financiem os países em desenvolvimento com US$ 160 bilhões por ano, para que esses possam mudar seus padrões de crescimento e adotar medidas que levem a uma queda de 15% a 30% em suas emissões, em relação ao que se espera que cada um emita em 2020.



3. Adaptação

Os países em desenvolvimento já são afetados pelos efeitos negativos do aquecimento global. Ao mesmo tempo, eles não possuem informações, infraestrutura, capacidade e recursos para lidar com esses problemas.

O Greenpeace calcula que sejam necessários US$ 56 bilhões no suporte a estratégias de adaptação. A maneira com que este dinheiro será utilizado deve ser decidida em diferentes níveis – nacional, regional e local –, permitindo a participação dos grupos mais vulneráveis na tomada de decisão e levando em consideração as diferentes realidades. Além disso, deve ser criado um sistema de seguros, com US$ 7 bilhões, para compensar os danos que não puderem ser evitados.

4. Financiamento

O financiamento para os países em desenvolvimento se prepararem para enfrentar o desafio das mudanças climáticas é um dos itens mais complexos nas negociações. A proposta do Greenpeace é que sejam alocados US$ 160 bilhões para que os países em desenvolvimento possam se adaptar e adotar medidas de mitigação. Esses recursos devem vir principalmente de fontes públicas e sua administração e distribuição devem ser feitas por uma nova instituição ligada a ONU.

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que cuida dos mercados de carbono, deve ser reformulado para favorecer ações setoriais nos grandes países em desenvolvimento e ações pontuais nos países mais pobres. A Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) seria financiada por um mecanismo internacional que arrecade pelo menos R$ 42 bilhões, priorizando a preservação da biodiversidade, de florestas primárias e garantindo os direitos dos povos indígenas.

5. Transferência de tecnologia

Os países desenvolvidos estão à frente na criação de tecnologias que permitam gerar energia com menos emissão de gases do efeito estufa. No entanto, a transferência dessa tecnologia para os países em desenvolvimento (especialmente China e Índia), que envolve, entre outras, questões de propriedade intelectual, ainda não foi decidida.

Existe a necessidade de se acelerar a criação de tecnologias de energias renováveis e o uso sustentável de recursos, aumentando seu ritmo de implementação. O Greenpeace espera que até 2050, pelo menos dois terços da geração de energia no mundo venha de fontes renováveis. Para essas ações,

http://www.greenpeace.org/brasil/greenpeace-brasil-clima/confer-ncias-das-na-es/5-blocos-de-negocia-es

2 comentários:

  1. Olá Ismaelita,

    Infelizmente, todos os interesses econômicos se sobrepoem sobre os alertas do meio ambiente, equacionar isto tudo tá sendo um atividade inviavel, visto os vários esquivos dos principais agentes da destruição global. Tomara que tenham uma luz e façam algo antes que for tarde demais.

    Abraço

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  2. Copenhague, Kioto, acho que pouco muda ou acrescenta ...

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