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domingo, 28 de novembro de 2010

Brasil é notícia na guerra contra o tráfico

Jornais estrangeiros esmiuçam os números do confronto e questionam se a cidade poderá receber com segurança a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016


A onda de violência no Rio de Janeiro ocorre justamente no momento em que a cidade tenta promover uma imagem positiva de si mesma no exterior por conta da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Com poucas diferenças no jeito como é escrita, essa informação está presente em todos os meios de comunicação da imprensa internacional que cobrem os atentados mais recentes na capital fluminense. Reportagem recente do norte-americano The New York Times foi além: “Os ataques promovidos pelas gangues têm aumentado os questionamentos sobre a cidade escolhida para receber os jogos”.




Com tom ainda mais dramático, texto do britânico Telegraph lembrou-se das lágrimas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando o Rio de Janeiro foi eleito sede dos Jogos Olímpicos de 2016 (“O Rio é uma cidade que sofreu”, disse Lula à época). O jornal emendou: “Depois da violência desta semana, muitos deverão estar se perguntando quanto mais a cidade precisa sofrer e se as forças de segurança estarão aptas a garantir que a Copa e as Olimpíadas não sofrerão”.



Os jornais e as emissoras estrangeiras também têm repercutido quase em uníssono os apelos por calma lançados pelo governador do estado, Sérgio Cabral, e por outras autoridades do Rio de Janeiro. “Essas ações não são uma ameaça, mas um ato desesperado dos criminosos”, disse Cabral, segundo matéria publicada no francês Le Monde. O The Guardian, por sua vez, preferiu valorizar frase dita pelo secretário estadual de segurança pública, José Mariano Beltrame, a uma emissora de televisão: “Os rumores só ajudam os traficantes”, enfatizou.



Muitas dessas reportagens, como a do Guardian e a do canal norte-americano CNN, chamam a atenção para os números da guerra entre a polícia e os traficantes. “Cerca de 150 pessoas foram presas durante as operações realizadas por 17,5 mil policiais, e pelo menos 23 foram mortas desde domingo. Aproximadamente 17 mil crianças estão sem poder ir à escola por conta dos atentados”, relatou o correspondente do jornal britânico.



DEU NO...



The New York Times

“A polícia entrou em mais de 12 favelas no Rio de Janeiro, num esforço para reprimir os violentos ataques de grupos armados. (…) O secretário estadual de segurança pública, José Mariano Beltrame, disse que os ataques foram uma retaliação por conta do programa governamental que tenta pacificar as favelas por meio da instalação de uma força policial especial”, informou o jornal. Os objetivos e as dificuldades na implementação do programa também podem ser conhecidos em matéria disponível na íntegra no site.



The Daily Telegraph

Além de destacar os atentados, o jornal britânico questionou a possibilidade de o Rio de Janeiro receber a Copa e as Olimpíadas com segurança. Para isso, lembrou-se de outros casos recentes de violência na Cidade Maravilhosa e no resto do país. Entre eles, a derrubada de um helicóptero na capital fluminense — apenas duas semanas depois de ela ter sido escolhida como cidade sede dos jogos de 2016 —, o ataque ao Hotel Intercontinental (que deixou 35 reféns em agosto) e a tentativa de assalto ao piloto de Fórmula 1 Jenson Button, em São Paulo.



Theguardian

O correspondente do jornal britânico no Brasil deu visibilidade a algumas declarações de autoridades do Rio de Janeiro. Uma delas foi a proferida pelo porta-voz da Polícia Militar, Coronel Lima Castro: “Nós não começamos essa guerra; nós fomos provocados e sairemos vitoriosos”. Nem todas as informações do texto, porém, vêm creditadas. Em anonimato, um policial disse à publicação que a corporação tem se preparado para enfrentar mais ataques: “Ainda vamos ter problemas”.



EL Pais

O diário espanhol repercutiu a entrevista dada por Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Bope, a um site brasileiro. “Rio, é agora ou nunca mais”, disse Pimentel, em frase usada pelo jornal na manchete da reportagem. “Ele crê que o caminho de pacificar pouco a pouco as favelas é a única solução para acabar com essa espécie de guerra civil que vive a cidade”, informa o texto. A matéria ainda relata a pouca movimentação nas praias e nas ruas de Copacabana, do Leblon e de Ipanema. “Havia poucos carros e os ônibus estavam vazios. ”



Le Monde

A publicação francesa descreve o pânico que tomou conta de diversos bairros da capital fluminense: “Os ataques ocorreram em lugares de grande tráfego, como a Linha Vermelha, que conduz ao Aeroporto do Galeão”. O jornal ainda explica que se atribui a duas facções rivais — o Comando Vermelho e o Amigos dos Amigos (ADA) — a autoria dos atentados. “Elas fizeram uma

trégua para tentar desestabilizar as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). ”


http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/26/manchete-global

Um comentário:

  1. Olá querida.
    Nossa! esses acontecimentos me deixaram chocada e já estava desconfiada que os jornais estrangeiros iriam fazer um mau juízo do Brasil levando em conta a copa.
    Mas fazer o que né. Pelo menos as familias de bem estao seguras por enquanto
    Beiijos
    http://esmaltemaniak.blogspot.com/

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